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No ecossistema português de Startups, há a criação de várias empresas inovadoras em seus segmentos, dentre elas as que trabalham diretamente com tecnologia financeira, as Fintechs. O crescimento das Fintechs em Portugal já mostra o interesse de empresas financeiras tradicionais na busca por serem parceiras destas tecnológicas.
Da mesma maneira, a regulação de leis e diretrizes é algo que se mostra um desafio para as boas práticas do mercado financeiro.
Além destas questões, trazemos no artigo alguns exemplos de Fintechs já estabelecidas em Portugal.
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O que é Fintech?
A palavra Fintech tem sua origem na união das palavras finance e technology. Ou seja, tecnologia financeira.
As startups que desenvolvem, produzem, comercializam ou possuem qualquer tipo de operação que alie tecnologia à área financeira são chamadas de Fintech.
Muitas Fintechs são relativamente novas no mercado e operam como startups. Basicamente estas startups inovadoras podem optar por:
- crescer e dominar um grande segmento do setor financeiro;
- focar-se em áreas de nicho.;
- prestar serviços especializados a instituições maiores (como bancos por exemplo).
Muitos bancos têm apostado na tecnologia financeira, e até têm departamentos dedicados a Fintechs.
Outros compraram empresas Fintechs – incluindo bancos digitais – ou formam parcerias.
Crescimento das Fintechs em Portugal?
Alguns exemplos de Fintech em Portugal são novas formas de pagamento, aconselhamento de investimento automatizado ou até aquelas apps de online banking.
Em Portugal o caso mais recente de inovação na área financeira, no caminho de se tornar a Nubank Portuguesa, é o ActivoBank, uma Fintech do banco Millenium que não cobra (ou pelo menos reduz muito) as taxas de conta e a burocracia.
O próprio sistema multibanco, onde pode se pagar uma fatura em Portugal e obter a compensação e confirmação da compra em questão de segundos é um diferencial gigante em termos de tecnologia.
Já imaginou não ter que esperar 24 horas para compensar um boleto? No Brasil ainda temos esta triste realidade.
Leia também: Principais empresas de tecnologia de Portugal
Quem nunca usou o Paypal? Especialmente nas compras pela internet.
As mobile wallets , ou carteiras digitais, também ganham força, o sistema contactless (onde pagamos com uma simples band – pulseira, ou o próprio celular) já está mais que consolidado, o blockchain e a criptomoeda também já alcançam proporções mundiais.
Mas não é preciso ir tão longe, as Fintechs em Portugal também têm mudado o dia a dia das pessoas.
Sempre que se cria um cartão de crédito virtual com o MB Net, ou transfere dinheiro via smartphone com o MB Way, ou ainda sacar dinheiro num caixa eletrônico sem usar o cartão bancário, está a usar ferramentas muito ligadas ao setor Fintech, neste caso, criadas pela SIBS.
E apesar de a SIBS ser a empresa Fintech mais antiga (tem cerca de 20 anos) há muitas outras Fintechs em Portugal.
É o caso da Seedrs, a plataforma pioneira na Europa, no âmbito do financiamento empresarial coletivo, e que permite a qualquer um investir numa startup.
Uma das apostas mais recentes das Fintechs em Portugal é a concessão de crédito.
A ITSector criou um app que permite simular e contratar um crédito em tempo real; a Casa Banco CTT permite-lhe obter crédito à habitação; já a CrediSimples do Santander Totta é um app que disponibiliza crédito pessoal.
Portugal está na lista da Forbes das 50 melhores Fintechs (startups financeiras) do mundo.
A Feedzai entra pela primeira vez neste ranking graças à tecnologia que utiliza para proteger a fraude nos sistemas de pagamentos. Liderada por Nuno Sebastião, a empresa fundada em Coimbra e que também conta com escritórios nos Estados Unidos, já obteve um total de 82 milhões de dólares em financiamento.
Fintech Doutor Finanças
O Doutor Finanças foi eleito pelo Portugal Fintech Report como uma das 25 Fintechs que mais se destacaram em 2018. Trata-se de uma plataforma online que permite com que os 50 consultores ajudem a poupar mais de 3000 pessoas por mês.
O Fintech Report 2018 distingue as empresas que contribuem com inovações e promovem a utilização de novas tecnologias no setor financeiro, reconhecendo as principais evoluções e tendências da indústria Fintech.
As organizações são selecionadas e avaliadas pelas melhores práticas e pela experiências no setor através do olhar de especialistas de mercado, com o intuito de conectar empreendedores e investidores a nível nacional e internacional.
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Fintech Raize
Depois de entrar na bolsa portuguesa, a Fintech Raize vai criar depósitos bancários em vários bancos e promete “taxas de juros mais atrativas”.
A Raize cria software para finanças e bancos, e já anunciou que vai criar um “marketplace” de depósitos bancários, com o objetivo de “Canalizar” os depósitos bancários dos portugueses para novas opções de poupança.
Hoje , através de seus serviços, é possível ganhar até 5% de “juros” ao emprestar dinheiro para PMEs portuguesas.
Desafios da tecnologia financeira
A segurança, sendo uma das vantagens da Fintech, é também uma das maiores preocupações.
Nada é 100% seguro, especialmente as operações financeiras informáticas que envolvem movimentações de grandes quantias de dinheiro.
Como as Fintechs em Portugal estão a crescer e a consolidar, especula-se que possam ser alvo de fraude, pela sua popularidade.
Por outro lado, em relação à impressão causada no consumidor, algumas Fintechs em Portugal, por serem recentes ou startups, não têm a credibilidade de um grande banco, o que pode deixar alguns clientes “com o pé atrás”.
A principal desvantagem da Fintech em Portugal, e no Mundo, face a um banco, é a falta de regulamentação dos serviços. Existe ainda a questão do “100% digital”, o que exclui automaticamente uma grande parte da população portuguesa.
Apesar disso, recentemente transpuseram a diretiva da União Europeia que “veio introduzir novos requisitos para a atividade de instituições de pagamento e de moeda eletrônica”.
Ainda é longo o caminho a ser percorrido, porém a incerteza regulatória sobre as Fintechs acabam por tornar um pouco mais atraentes o surgimento deste tipo de startup em Portugal, entretanto, é necessário considerar que Portugal faz parte da União Europeia, e, apesar de Portugal não ter leis muito específicas sobre a matéria, há ainda uma série de regulamentos a nível Europeu que devem ser observados.
Órgãos e instituições preocupados
O Banco de Portugal e a Associação FinTech e InsurTech Portugal acordaram fazer reuniões regulares para debater os problemas do setor Fintech em Portugal e as adaptações a fazer na regulação para lidar com a inovação tecnológica.
A Associação FinTech e InsurTech Portugal (AFIP) pretendem se reunir periodicamente com o Banco de Portugal e discutir “o potencial, a situação e os problemas do setor.
O principal tema em pauta é debater questões regulatórias, nomeadamente como Portugal adaptará a regulação às evoluções tecnológicas e como fará a passagem para a lei portuguesa de normas europeias.
A AFIP, por sua vez, representa mais de 70 empresas tecnológicas que operam também na área das Fintech, empresas de tecnologias financeiras. Participa de uma série de reuniões do grupo de trabalho sobre Fintech promovido pelo Ministério da Economia.
Com isso, o Banco de Portugal criou recentemente um grupo de trabalho com o objetivo de estudar a evolução do banco digital e das Fintech.
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O administrador do banco central Hélder Rosalino, que se tem dedicado a este tema, tem defendido a posição de que o Banco de Portugal está “ativo” no acompanhamento da inovação digital no sistema financeiro, com cada vez mais “proximidade e abertura”.
Sobre o papel dos bancos tradicionais face às Fintechs, o Banco de Portugal considera que estes devem aliar-se a estas, beneficiando da sua “capacidade de inovação, da flexibilidade e do poder de disrupção.
Com estas fusões, as Fintechs podem se beneficiar da solidez, da reputação, da dimensão e da escala de negócio que as instituições de crédito lhes podem oferecer para potenciar as soluções inovadoras que criam.