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Envelhecer é uma fase natural da vida e todos irão se tornar idosos se tudo correr bem! E o que muita gente sonha nessa fase é morar em um lugar tranquilo e muitos optam por Portugal como destino. Assim, saber como a idade dos portugueses tem influenciado nas decisões do governo e na estrutura do país, é um grande sinalizador para você se decidir se valerá ou não a pena passar a aposentadoria por lá.
Pensando nisso, e aproveitando a série de artigos que estamos fazendo com base no último Censo de Portugal, vamos falar um pouquinho sobre como é envelhecer em terras lusitanas.
E se você quiser conferir outros artigos que fizemos com base no Censo de Portugal, você pode conferir temas como as moradias em Portugal, bem como sobre como são os portugueses, além de saber como é o nível educacional dos portugueses.
Assim, como em Portugal, os idosos representam uma parte significativa da população, é importante compreender como é envelhecer por lá, em termos das condições de vida, da assistência governamental e da qualidade de vida. Neste artigo, vamos abordar esses temas em detalhes.
A preocupação com o aumento da idade dos portugueses
Não é de hoje que a baixa taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida da população portuguesa (e europeia de forma geral), tem sido motivo de preocupação, considerando, principalmente, o sistema previdenciário português e a falta de mão-de-obra para sustentar o sistema econômico.
Só para se ter uma ideia, segundo os dados publicados pelo último Censo português, em 2019 a taxa de natalidade no país estava em 1,4 filhos, o que coloca Portugal entre os países com menor taxa na Europa, porém, curiosamente, não é tão distante da realidade brasileira que, em 2020, fechou com uma taxa de 1,65 filhos.
Já por outro lado e desproporcionalmente, o número da população idosa aumentou e, em 2019, essa parte da população já resultava em 22%. No Brasil, a população idosa representa 14,7% da população geral, segundo dados do IBGE, levantados em 2021.
Outra informação curiosa é que Portugal, a idade dos portugueses que ocupam essa parcela dos 22% da população, varia em duas fases: os idosos a partir dos 65 anos de idade e aqueles que estão entre os 80 e 100 anos de idade, que são os que encontram em um grupo que pertence ao “envelhecimento do envelhecimento”.
O segundo grupo, de 1960 a 2019 teve um aumento de 500%!
Muito disso se deu pelo fato da expectativa de vida dos portugueses ter aumentado de 64 anos, sendo 60,7 para os homens e 66,4 para as mulheres, para 81 anos (78 para os homens e 83,5 para as mulheres).
Além disso, a previsão, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) é que, até 2080, a expectativa chegue a 87,4 anos para os homens e 92,1 para as mulheres!
Todos esses dados sobre a idade dos portugueses é crucial para que o governo possa se programar quanto aos programas que deverão ser desenvolvidos para essa parcela da população, bem como quais estruturas públicas serão necessárias para garantir a qualidade de vida dessas pessoas.
Ao mesmo tempo, políticas públicas que garantam o funcionamento da máquina da economia também devem ser consideradas, já que uma boa velhice só é possível, com qualidade e boa estrutura.
As condições de vida dos idosos em Portugal são boas?
Vamos começar falando pelo lado não tão positivo, que é trazido pelos dados levantados pelo Censo português.
Apesar do aumento da expectativa de vida, que falamos acima, infelizmente, a realidade de muitos idosos em Portugal não é tão favorável assim. Dependendo da região, as condições podem variar bastante, especialmente, entre as áreas urbanas e rurais.
Nas áreas urbanas, muitos vivem com baixos rendimentos e enfrentam dificuldades financeiras, o que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida. Já nas áreas rurais, é muito comum encontrar idosos que vivem em isolamento, o que pode levar a problemas de saúde mental e física.
Além disso, um outro fator muito importante que decide a qualidade de vida de um idoso em Portugal é o seu nível educacional.
Um dado interessante que foi trazido no Censo, é que aqueles que nasceram na década de 1940, que tinham que optar entre estudar ou trabalhar, para poderem levar comida para casa, são os que mais enfrentaram (e enfrentam) dificuldades para manterem uma boa qualidade de vida, pois recebem baixas aposentadorias.
Dessa forma, falando sobre isso, segundo os dados publicados pelo Censo português, em 2020, os valores mínimos eram de 275,30 euros, para as pensões de velhice e invalidez e de 165,18 euros, para as de sobrevivência. Ou seja, com um valor desses é basicamente impossível sobreviver um mês todo em Portugal, principalmente se o idoso precisa pagar aluguel.
Obviamente, muitos idosos que recebem a aposentadoria básica, devem recorrer aos programas do Governo para complementar as rendas. Além disso, a depender da idade, muitos idosos optam por voltar ao mercado de trabalho.
Assim, em 2019, 11,5% da população idosa portuguesa, com 65 anos ou mais, estava empregada. Em 2018, o chamado Índice de Envelhecimento Activo, colocava Portugal em terceiro país com a taxa mais elevada da União Europeia, depois da Estónia e da Irlanda.
Onde mais se concentram os idosos em Portugal
A idade dos portugueses varia de acordo com a região, se urbana ou não. Naturalmente as regiões urbanas tendem a ter uma maior concentração populacional e, consequentemente, um maior número de idosos.
De acordo com os dados levantados pelo Censo, em 2011, os cinco centros urbanos com o
índice de envelhecimento mais elevado do país, eram Gouveia (246), Borba (230), Porto (194), Lisboa (183) e Estremoz (181). Sendo tais números comparados com 100 jovens, ou seja, em Lisboa, por exemplo, eram 183 idosos, para 100 jovens.
Apesar de ter uma concentração maior em ambientes urbanos, a população idosa em áreas rurais também é predominante, em 2019, 30% e 17% da população que vive em áreas predominantemente rurais têm, respectivamente, 65 e mais anos e 75 e mais anos, o que representa 52% da população total.
Já nas áreas urbanas, em 2019, a população com 65 e mais anos representava 21%, e a que têm 75 ou mais anos, 10% (Instituto Nacional de Estatística).
Quais as vantagens de desvantagens de envelhecer em Portugal
Se tudo correr bem, todos nós envelheceremos um dia!
Apesar de ser uma fase natural da vida, ela pode apresentar alguns desafios, especialmente se você está passando por essa fase fora do seu país natal.
Assim, é importante você saber que, se você optar por viver a aposentadoria em Portugal, há o lado muito positivo disso, bem como alguns pontos negativos.
Começando pelos pontos negativos, um dos desafios enfrentados é o isolamento social. Assim, segundo dados do INE, publicados pelo Censo, 60% da população portuguesa mais velha, em 2011, vivia ou sozinha ou na companhia de mais uma pessoa idosa.
Tal isolamento é devido ao distanciamento de familiares, ou por opção mesmo.
O resultado disso pode ser preocupante, pois muitos idosos que se isolam acabam por desenvolver problemas de saúde física e mental, como a depressão.
Para aqueles que possuem condições e desejam a companhia de outras pessoas, eles recorrem às instituições de apoio social, que podem ser públicas ou privadas.
Por outro lado, partindo para os pontos positivos de se envelhecer em Portugal, podemos listar vários!
- Clima: Portugal, se comparado com outros países da Europa, tem um clima ótimo! Isso pode ser especialmente benéfico para idosos que sofrem com dores articulares ou outras condições de saúde.
- Alimentação saudável: A culinária portuguesa é conhecida por ser rica em alimentos saudáveis, como peixes, legumes, frutas e azeite. Uma alimentação saudável pode ajudar a prevenir doenças e manter a saúde e aumentar ainda mais a idade dos portugueses.
- Acesso a cuidados de saúde de qualidade: Portugal tem um sistema de saúde público de qualidade e idosos têm acesso a cuidados médicos de qualidade, exames e tratamentos gratuitos ou com preços acessíveis.
- Baixo custo de vida: Em comparação com outros países da Europa, Portugal tem um custo de vida relativamente baixo. Isso pode ser especialmente importante para idosos que vivem com baixas aposentadorias.
- Respeito aos idosos: no geral, a cultura portuguesa valoriza a convivência em família e o cuidado com os idosos, o que é um grande diferencial para aumentar a qualidade de vida.
- Passeios maravilhosos: poder passear pelas belas paisagens portuguesas, desfrutar de praias, montanhas, plantações de uvas e muito mais, é uma forma de aproveitar a natureza e praticar atividades ao ar livre.
Em resumo, apesar de nem tudo ser positivo, só pelas vantagens que falamos acima, já é possível concluir que os idosos tenham uma vida plena e feliz em Portugal.