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A cidade de Chaves em Portugal, está localizada no norte do país, no distrito de Vila Real. Limitado a norte pela região espanhola da Galiza, a leste por Vinhais, a sudeste por Valpaços, a sudoeste por Vila Pouca de Aguiar, a oeste por Boticas e a noroeste por Montalegre, Chaves situa-se nas margens do rio Tâmega.
Esta localidade relativamente pequena, mas rica em património, assume-se como um importante centro económico e social da região transmontana, com uma forte tradição agrícola, industrial e comercial.
Chaves é um destino turístico de referência, não só pela sua beleza natural, mas pelo seu património termal e pela sua oferta cultural e gastronómica. Das antigas muralhas do Castelo de Chaves aos relaxantes banhos termais, a cidade oferece uma grande variedade de experiências, revelando-se um destino que cativa, cada vez mais, os visitantes.
Onde fica Chaves?
A cidade portuguesa de Chaves situa-se no distrito de Vila Real, na região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Além de fazer fronteira com Espanha, encontrando-se estrategicamente localizada, a cidade é conhecida pela sua rica história, pela arquitetura encantadora e pela presença de fontes termais. Chaves situa-se nas margens do rio Tâmega, o que proporciona um ambiente histórico e um cenário natural atraente.
Chaves está, assim, a cerca de 160 quilómetros a sudoeste do Porto, o que equivale a uma viagem de carro de uma hora e 30 minutos. Também a viagem de carro para Braga, cidade localizada a 150 quilómetros a sudoeste de Chaves, demora, em média, uma hora e 30 minutos. Lisboa, a capital de Portugal, está situada a uma distância considerável de Chaves, isto é, a 500 quilómetros a sudoeste. A viagem de carro pode demorar entre quatro a cinco horas, dependendo das condições da estrada e do trânsito.
Como é viver em Chaves, Portugal?
A cidade de Chaves, em Portugal, por se situar no interior do país, é caracterizada por um estilo de vida tranquilo, por uma rica herança cultural e por uma maior conexão com a natureza.
Em comparação com as metrópoles urbanas, Chaves apresenta um ambiente mais sereno e relaxado, destacando-se pela atmosfera acolhedora.
Como é uma cidade pequena, as pessoas estão mais próximas umas das outras, o que cria uma sensação de pertença e de vizinhança.
Como a cidade possui um património histórico rico, as pessoas que a visitam sentem que estão imersas em história e tradição.
A gastronomia de Chaves também promove a percepção de hospitalidade, tendo em conta as delícias da cidade.
Os pratos tradicionais, como o famoso Pastel de Chaves (um pastel de massa folhada com recheio de carne), o Folar de Chaves (um pão doce, com presunto e outros produtos fumados no interior) e o Fumeiro são três importantes atrações. A alheira, a linguiça, o salpicão e as bolas de carne também são iguarias tradicionais muito atrativas.
Chaves está rodeada por paisagens deslumbrantes, pelo que oferece aos locais a oportunidade de estarem em constante contacto com a natureza. São imensas as atividades que uma pessoa pode realizar ao ar livre, como caminhadas, passeios de bicicleta e exploração das áreas naturais circundantes. A proximidade do Parque Natural de Montesinho faz com que exista uma relação ainda maior com a natureza.
A cidade é ainda conhecida pela sua preocupação com a saúde. As águas termais de Chaves são famosas pelas propriedades terapêuticas, pelo que os residentes têm acesso a instalações termais locais, o que lhes permite usufruir de momentos de relaxamento e bem-estar.
Além disso, a vida no interior é marcada pela hospitalidade e pelo calor humano. A comunidade local é acolhedora e os eventos comunitários são comuns, fortalecendo os laços entre a população.
No entanto, a experiência de viver em Chaves varia de pessoa para pessoa, dependendo das preferências individuais. Algumas pessoas apreciam a tranquilidade e a autenticidade da vida no interior, enquanto outras podem gostar mais de ambientes urbanos dinâmicos.
Por que deve visitar Chaves, em Portugal?
Chaves é uma cidade que apresenta três características que a conseguem descrever na perfeição: romana, termal e fronteiriça. As águas termais de Chaves, que se acredita terem poderes curativos, foram as principais razões para a vinda dos romanos à cidade. Foi o imperador Flávio Vespusiano que decidiu fundar a Aquae Flaviae há cerca de dois mil anos. Por essa razão é que os habitantes de Chaves são conhecidos como flavienses.
A posição estratégica de Chaves fez com que romanos, visigodos, mouros, espanhóis e franceses a cobiçassem durante os seus dois mil anos de história. Mas a cidade conseguiu sempre resistir aos invasores e o seu património arquitetónico é a prova viva do importante legado histórico-cultural, que atrai cada vez mais pessoas à localidade.
Quais as principais atrações a visitar em Chaves?
Se está a planear fazer uma visita à cidade de Chaves, tem mesmo de ficar a conhecer as suas principais atrações turísticas.
Castelo de Chaves
O Castelo de Chaves é uma fortificação histórica da cidade. Este marco emblemático remonta ao período romano, mas a estrutura atual é principalmente de origem medieval. Acredita-se que tenha sido construído no século XIV. O castelo, ponto de paragem obrigatória, ocupa um promontório da cidade e destaca-se, sobretudo, pela sua Torre de Menagem, que se encontra rodeada por um jardim.
O castelo possui uma arquitetura militar típica da Idade Média, com muralhas espessas e torres defensivas. Ao longo dos séculos, desempenhou um papel crucial na defesa da região contra invasões e conflitos. Também a sua localização estratégica foi uma mais valia na defesa do território.
A partir das muralhas do castelo e da Torre de Menagem, é possível desfrutar de vistas panorâmicas para a cidade e seus arredores, proporcionando uma perspetiva única da região. Face às suas características atrativas, o castelo é frequentemente palco de eventos culturais e festividades durante o ano. Atualmente, o Castelo de Chaves está aberto a visitas, pelo que qualquer pessoa pode explorar as muralhas, a torre e outros elementos arquitetónicos, enquanto aprende mais sobre a história e sobre a importância do castelo através de exposições e informações disponíveis no local.
Centro Histórico de Chaves em Portugal
O Centro Histórico de Chaves vai fazer com que os visitantes se sintam a viajar no tempo. Aqui, consegue-se apreciar os edifícios antigos, as igrejas, as praças e os monumentos que contam a história e os segredos da cidade. A Igreja Matriz, o Pelourinho, o Largo do Arrabalde e o Jardim Público são alguns dos pontos atrativos do Centro Histórico.
Ponte de Trajano (Ponte Romana de Chaves)
A Ponte de Trajano ou Ponte Romana de Chaves é Monumento Nacional desde 1910. Construído em granito, no período da Romanização, o monumento mais emblemático da cidade é constituído por 18 arcos, sendo visíveis apenas 12. Antigamente, a ponte fazia parte da via romana XVII que ligava Braga a Astorga (município espanhol) por Chaves. Nesta ponte existem ainda duas colunas comemorativas do tempo dos imperadores romanos Titus Flavius Vespasiano e Marco Ulpio Trajano.
Esta ponte pedonal, com cerca de dois mil anos e 140 metros de comprimento, permite que a água do Tâmega corra entre os 12 arcos de volta redonda. A meio da ponte, existem duas colunas cilíndricas com epígrafes que confirmam que a construção da ponte ocorreu na época do imperador Trajano.
Rua Direita
A Rua Direita é uma das ruas mais animadas de Chaves. Caracteriza-se pelas lojas tradicionais, algumas delas centenárias, e pelas casas tradicionais de cores garridas cujas varandas são o grande destaque. Isto porque as varandas, na altura da construção, eram concebidas para fazer com que estas casas pequenas parecessem maiores. A Rua Direita vai desde perto do Castelo de Chaves até ao Largo do Arrabalde, já nas proximidades da Ponte Romana.
Quilómetro zero da Nacional 2
O quilómetro zero da Nacional 2 situa-se em Chaves e é um marco histórico que representa o início da estrada mais longa de Portugal, que atravessa o país de norte a sul. Liga, assim, a cidade de Chaves a Faro. Inaugurado em 1945, este monumento situado na Praça de Camões, ao lado dos Paços do Concelho, possui uma coluna de granito que tem uma placa de bronze a indicar o quilómetro zero. A Nacional 2 é uma estrada a que cada vez mais pessoas recorrem para conhecer melhor o país, fazendo algumas paragens para apreciar as paisagens.
Paços do Concelho
Na primeira metade do século XIX, a Câmara Municipal adquiriu os Paços do Concelho do Morgado de Vilar de Perdizes. Mesmo com as obras ainda por concluir, a imponente mansão de três pisos foi designada para servir como sede cívica de Chaves, ostentando na sua fachada um relógio de ponteiros.
Zona Ribeirinha
A zona ribeirinha de Chaves é um espaço privilegiado de lazer, propício para praticar exercício físico ao ar livre ou para dar caminhadas.
Bairro da Madalena
O Bairro da Madalena é muito conhecido em Chaves em Portugal, sobretudo pela sua zona comercial, que agrega floristas, talhos, farmácias, lojas, mercearias, restaurantes, cafés e, sobretudo, animação, quer de dia, quer de noite. Com ruas estreitas e casas tradicionais de pedra, o bairro exala uma atmosfera acolhedora. Aqui encontra-se também o Jardim Público, várias capelas e a Igreja de São João de Deus, mais conhecida como Igreja da Madalena.
Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso
O Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso está instalado num edifício concebido pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira. Como o próprio nome indica, este espaço exibe, em permanência, obras do pintor Nadir Afonso. Contudo, é possível ver e apreciar outras obras de arte contemporânea nas frequentes exposições temporárias. O edifício de betão branco e linhas retas possui vários espaços, nomeadamente um foyer, uma biblioteca, um auditório para cem pessoas, um bar e quatro salas de exposição.
Termas Romanas Aquae Flaviae
O maior Balneário Termal Romano da Península Ibérica e o mais importante complexo termal romano português situa-se em Chaves. Este local, agora transformado em museu, tem dois mil anos de história. Destaca-se essencialmente pela grandiosidade das estruturas, pela qualidade arquitetónica e pelo respetivo estado de conservação. As pessoas que visitarem o local vão encontrar um edifício que ruiu no século IV e cuja intervenção incluiu a colocação de painéis explicativos com a reconstituição das ruínas.
As Termas Medicinais Romanas de Chaves em Portugal foram consideradas Monumento Nacional em 2012 por se apresentarem “como o mais importante complexo termal português, de dimensões apenas comparáveis, em termos provinciais, às de Aquae Sulis (atual cidade de Bath, em Inglaterra)”.
Museu da Região Flaviense
O Museu da Região Flaviense está situado no antigo Paço dos Duques de Bragança, que foi originalmente construído para albergar D. Afonso, Duque de Bragança. Este espaço cultural abriga uma coleção de objetos arqueológicos, etnográficos e artísticos que representam a evolução da região desde a pré-história até à atualidade. Distinguem-se, assim, as peças romanas, medievais e barrocas, assim como as salas dedicadas à cerâmica, à ourivesaria e aos trajes típicos.
Praça de Camões
A Praça de Camões é uma praça histórica flaviense, ampla e bonita. Este local está rodeado por casas típicas e por monumentos imponentes. Aqui é possível encontrar os Paços do Concelho, onde opera a Câmara Municipal de Chaves, o Museu da Região Flaviense e o posto de turismo, a Igreja Matriz (ou Igreja de Santa Maria Maior), a Igreja da Misericórdia e o antigo hospital de Chaves (que funciona, atualmente, como lar de idosos). No meio da praça, surge uma estátua de D. Afonso, Duque de Bragança, que foi inaugurada em 1970.
Igreja da Misericórdia
Apesar de ser pequena e de ter apenas uma nave, a Igreja da Misericórdia de Chaves em Portugal é sumptuosa. Possui uma escadaria que antecede a fachada barroca granítica do século XVII e paredes revestidas a painéis de azulejo do século XVIII que retratam cenas bíblicas. No frontão, consegue-se admirar a escultura da Senhora do Manto, um dos símbolos de maior significado para as Misericórdias.
Jardim Público de Chaves
Junto à margem do rio Tâmega, é possível admirar o Jardim Público de Chaves, que foi inaugurado em 1901. Tendo sido mandado construir pelo banqueiro português Cândido Sotto Mayor, este jardim amplo é composto por um curso de água, por várias áreas floridas, por um parque infantil e por um coreto. Daqui é possível observar o rio Tâmega e a Ponte Romana.
Igreja de Santa Maria Maior (Igreja Matriz)
Classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1997, a Igreja de Santa Maria Maior (também conhecida como Igreja Matriz), é o mais antigo templo cristão de Chaves. Esta construção data dos tempos medievais e integra uma fachada sóbria em granito, um pórtico em pedra lavrada de estilo românico, uma torre sineira e três naves.
Forte de São Francisco
O Forte de São Francisco, localizado no centro da cidade, é mais do que um monumento. É também um hotel. Classificado como monumento nacional em 1938, este edifício encontra-se no interior de imponentes muralhas e está cercado por extensos jardins.
Juntamente com o Forte de São Neutel, que de momento está encerrado, este edifício tinha como principal objetivo a defesa da cidade, na fronteira da Galiza, durante a época da Guerra da Restauração.
Atualmente, este hotel é constituído por 58 quartos e por vários espaços para eventos e banquetes. Além disso, possui dois restaurantes, um auditório, uma galeria de arte, um campo de ténis, piscina, garrafeira, bar e parque de estacionamento.
Igreja de São João de Deus
A Igreja de São João de Deus, inicialmente denominada Capela de São João de Deus, foi construída no reinado de D. João V, no século XVIII, e situa-se na margem esquerda do rio Tâmega. Também conhecida como Capela Real, a Igreja de S. João de Deus situa-se no Bairro da Madalena, e já funcionou, ao longo de três séculos, como convento, hospital militar, quartel da GNR e cavalariça. Atualmente, esta igreja paroquial de estilo barroco apresenta, no seu interior, uma nave octogonal e elementos barrocos e neoclássicos.
Museu Militar
O Museu Militar de Chaves em Portugal, instalado na Torre de Menagem do Castelo de Chaves, foi criado em 1978, quando das “Comemorações dos XIX Séculos do Município de Chaves”. No primeiro piso do museu, encontra-se a sala D. João I, dedicada à época da Reconquista. Por entre os vários objetos expostos, é possível encontrar uma réplica do elmo e da espada de D. João I, uma bandeira da fundação de Portugal e da Ordem de Avis, bem como uma armadura e espadas do século XVII. Já o segundo piso está relacionado com o tema das Guerras Peninsulares. A sala do terceiro piso é dedicada à Primeira Guerra Mundial, onde se pode apreciar o espólio do General José Celestino da Silva, um capacete das tropas alemãs, alguns modelos de espingardas, uniformes de infantaria e peças de artilharia da época. No quarto e último piso, encontra-se a sala dedicada à Guerra Colonial, que contém um espólio usado nas províncias ultramarinas.
Capela da Lapa
A Capela de Nossa Senhora da Lapa, em Chaves, foi construída em estilo barroco e pode ser encontrada junto ao Forte de São Francisco. A partir deste local, é possível admirar as vistas para a cidade.
Castro da Curalha
O Castro da Curalha é um dos vestígios mais bem conservados da época celta em Portugal. Localizado em Chaves, a cerca de um quilómetro da aldeia de Curalha, este sítio arqueológico está cercado por três grandes muralhas. O castro foi habitado até ao período romano e, atualmente, é possível apreciar as ruínas das suas casas e o seu pinheiro manso centenário.
O Castro de Curalha é um dos vários castros ainda presentes em Portugal, preservando a herança da cultura celta. Estas antigas povoações fortificadas ocupavam posições estratégicas em colinas ou montes, que utilizavam como formas de proteção contra ameaças externas. Atualmente considerado monumento nacional, o Castro de Curalha destaca-se por ser um dos exemplares mais bem preservados de Chaves. Este local histórico é frequentemente procurado por turistas que querem conhecer melhor a história e a cultura desta região.
Vidago e Vidago Palace Hotel
Vidago é uma vila termal que se encontra a cerca de 15 quilômetros de Chaves em Portugal. Além de ser famosa pela sua água mineral com propriedades medicinais, é reconhecida pelo rico património arquitetónico e cultural. O seu grande destaque é o Palácio de Vidago (Vidago Palace), um hotel de luxo concebido em 1910 para receber o rei D. Manuel II.
Pedra Bolideira da Bobadela
A cerca de 18 quilómetros de Chaves, vai encontrar a Pedra Bolideira da Bobadela, um grande bloco com mais de três metros de altura e dez metros de comprimento e largura. Este monumento, alvo de várias histórias e lendas, apresenta uma forma irregular e achatada. Curiosamente, embora pese várias toneladas, este bloco pode mover-se, pois encontra-se em cima de outra pedra que serve de base. Muitas pessoas que desejam ver a Pedra Bolideira da Bobadela usam palitos de madeira que encontram no chão para que a possam ver a mover-se ligeiramente.